Na partida final do torneio Roland Garros, hoje, aconteceu um daqueles famosos "incidentes" que consiste na invasão da quadra por algum torcedor mais "empolgado".
No endereço de notícias onde eu capturei a foto dizia "após se aproximar do tenista (suíço Roger Federer) o invasor saiu correndo pela quadra sob muitas vaias da torcida francesa. Só após se aproximar da rede, o fã foi derrubado por um dos seguranças. A plateia aplaudiu a ação".
O destaque merece atenção e requer explicação sociológica: o mundo social é previamente definido por normalidades que orientam os nossos modos de pensar e agir. Ou seja, geralmente as pessoas se comportam significativamente voltadas para o comportamento de outros, como diria Max Weber. É o caso do público de tênis que obedece quase que mecanicamente uns aos outros.
Percebe-se que o sujeito transgressor ignora o constrangimento causado pelo público, sob forma de vaias. A coerção social se encontra aí de forma bastante nítida quando, não adiantando a reprovação sonora da maioria, restou o uso da força física para corrigir o desvio. Qualquer semelhança com Durkheim não é mera coincidência. Ponto para o sociólogo francês!
Posteriormente, um conterrâneo de Durkheim, Pierre Bourdieu, aprimorou com maestria as nuances desse fênomeno. Ele mesmo fez uma anologia entre o seu conceito de habitus e uma partida de tênis, ampliando o escopo da análise para outros espaços sociais (política, cultura, economia, religião, etc.). Diz ele que "o habitus como sentido do jogo é o jogo social incorporado, transformado em natureza. Nada é simultaneamente mais livre e mais coagido do que a ação de um bom jogador. Ele fica naturalmente no lugar em que a bola vai cair, como se a bola o comandasse, mas, desse modo, ele comanda a bola".
No endereço de notícias onde eu capturei a foto dizia "após se aproximar do tenista (suíço Roger Federer) o invasor saiu correndo pela quadra sob muitas vaias da torcida francesa. Só após se aproximar da rede, o fã foi derrubado por um dos seguranças. A plateia aplaudiu a ação".
O destaque merece atenção e requer explicação sociológica: o mundo social é previamente definido por normalidades que orientam os nossos modos de pensar e agir. Ou seja, geralmente as pessoas se comportam significativamente voltadas para o comportamento de outros, como diria Max Weber. É o caso do público de tênis que obedece quase que mecanicamente uns aos outros.
Percebe-se que o sujeito transgressor ignora o constrangimento causado pelo público, sob forma de vaias. A coerção social se encontra aí de forma bastante nítida quando, não adiantando a reprovação sonora da maioria, restou o uso da força física para corrigir o desvio. Qualquer semelhança com Durkheim não é mera coincidência. Ponto para o sociólogo francês!
Posteriormente, um conterrâneo de Durkheim, Pierre Bourdieu, aprimorou com maestria as nuances desse fênomeno. Ele mesmo fez uma anologia entre o seu conceito de habitus e uma partida de tênis, ampliando o escopo da análise para outros espaços sociais (política, cultura, economia, religião, etc.). Diz ele que "o habitus como sentido do jogo é o jogo social incorporado, transformado em natureza. Nada é simultaneamente mais livre e mais coagido do que a ação de um bom jogador. Ele fica naturalmente no lugar em que a bola vai cair, como se a bola o comandasse, mas, desse modo, ele comanda a bola".
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